A queda de Massada.
Encravada no deserto da Judeia, Massada era um monte rochoso com 450 metros de altura e superfície plana. Controlada pelos romanos, essa região foi transformada pela ação de Herodes, um governante romano que dirigiu a construção de muralhas, prédios e fortificações naquele lugar. Dessa forma, Massada transformou-se em um local de difícil acesso, em que os romanos exibiam a imponência e a riqueza de seu vasto império.
Mal sabiam eles que, por volta do ano 70 d.C. – momento em que Roma havia invadido e destruído a cidade de Jerusalém – os judeus organizariam uma rebelião para tomar a região e transformar aquele lugar em seu último ponto da resistência. Naquele instante, um grupo de aproximadamente mil judeus viria a morar naquela localidade ao longo dos próximos dos anos.
Em 72 d. C., percebendo que não sairiam de lá tão cedo, Roma ordenou que um grupo de 15mil soldados realizasse a invasão de Massada e a aniquilação dos revoltosos. Sob o comando do general Flávio Silva, os soldados romanos realizaram um grande cerco nos arredores de Massada. A tática inicial seria esperar até que os judeus saíssem do lugar em busca de água e mantimentos. Apesar de lógico, o plano demoraria muito tempo, pois os judeus contavam com um grande estoque de alimentos.
Dessa forma, o general ordenou que um destacamento de judeus escravizados fosse utilizado para a construção de uma enorme rampa feita de pedras e terra batida. Através dessa rampa, os soldados construíam uma via de acesso para que pudessem ultrapassar as grossas muralhas que cercavam o lugar. Além da rampa, esses mesmos escravos foram utilizados para a construção de uma torre de vinte e oito metros postada contra a muralha.
Quando alcançaram as muralhas do lugar, os romanos utilizaram o aríete, poderosa arma que utiliza uma ponta de ferro com o formato da cabeça de um carneiro. Acoplada a uma enorme tora de madeira, os soldados romanos puxavam a tora para trás e, assim, empurravam a cabeça metálica contra a muralha. Em pouco tempo, os fortes golpes abalaram as proteções de Massada. Visando dificultar as coisas para os romanos, os judeus construíram um muro interno feito de terra, pedra e madeira que foi logo incendiado.
No momento em que a vitória romana se mostrava irreversível, os judeus, sob a liderança de Eleazar ben Yair’s, se convenceram de que era melhor morrer do que se entregar à Roma. Com isso, segundo o historiador Flávio Josefo, a pai de cada família judia decidiu matar a sua mulher e seus filhos. Depois disso, dez homens foram sorteados para matar os demais. Um outro sorteado entre os dez, mataria os outros nove que, por sua vez, seria forçado a cometer suicídio.
Atualmente, a região de Massada é visitada por milhares de turistas interessados em conhecer o lugar em que a mítica resistência dos judeus teria acontecido. Apesar de ser difícil provar documentalmente o desfecho desse combate, observamos que os judeus incorporaram a narrativa como um importante elemento que reforça a determinação e a coragem do povo judeu. Não por acaso, os militares israelenses citam a resistência em Massada ao realizarem o seu juramento.