Maior Cânion brasileiro e seus mais de 5.800m.
Os índios guaranis que habitavam a região batizaram a gigantesca e misteriosa fenda que se abria em meio ao campo de Itaimbé (ita/pedra e aimbé/afiada). O Itaimbezinho, como ficou conhecido, é o maior cânion do Brasil, e impressiona pelos seus 5.800m de extensão e pela verticalidade dos seus paredões de pedra. Eles adquiriram uma tonalidade cinzento-amarelada, devido aos liquens que os revestem e que, em alguns pontos, deixam sobressair manchas escuras mostrando a rocha nua.
Localizado a 945m acima do nível do mar, sua largura varia entre 600 e 2.000m, e sua profundidade atinge, em média, 600m. Em alguns pontos, suas paredes chegam a 720m de altura. Perto do vértice do cânion, o rio Perdiz despenca de uma só vez até o fundo do desfiladeiro, formando a cascata Véu de Noiva, cujas águas cristalinas evaporam antes mesmo de bater no fundo. Outra cachoeira, a do Tigre Preto, deságua um pouco mais à frente. O rio se estende por toda a extensão do Itaimbezinho, recebendo as águas de vários outros arroios que se lançam sobre a grande garganta.
Sua formação resultou de sucessivos derrames basálticos dos períodos triássico e jurássico, há 130 milhões de anos, quando uma forte explosão subterrânea precipitou as lavas que se esparramaram em forma de crosta. Essa crosta rachou ao meio e suas bordas dão a impressão de que foram esculpidas e aparadas a faca. Muito tempo depois o topo desta serra foi coberto por densa vegetação de araucárias. Formações similares existem apenas na África e na Índia. Suas bordas abrigam espécies de plantas - como as araucárias centenárias que desafiam o abismo e dão a exata proporção do penhasco - e animais que já não são mais vistos com facilidade em outras regiões do Estado e do país.